Presente em mais de 60 países, técnica Miracle Touch, desenvolvida por Renata França, consolida a marca…

O que você tem feito quando não há mais nada a fazer?
MAY MARTINS | @maymartin.s
Em meio à rotina acelerada da vida moderna, é comum encontrar mulheres exaustas, emocionalmente drenadas e muitas vezes adoecidas. Embora vários fatores alimentem esse cenário, há um aspecto silencioso — e perigosamente subestimado — que merece ser trazido à tona com mais urgência: a ausência de hobbies na vida das mulheres.
Hobbies não são “tempo perdido”. Eles são espaço de respiro, contato com o prazer e, sobretudo, uma ferramenta poderosa de preservação da saúde emocional. Quando uma mulher deixa de lado atividades que a conectam consigo mesma, que despertam curiosidade, criatividade ou simplesmente alegria sem objetivo prático, ela vai, aos poucos, perdendo a capacidade de se reconhecer além das funções que exerce.

A ausência de hobbies pode adoecer. E não é uma metáfora. Estamos falando de quadros reais de ansiedade, depressão, insônia crônica, desânimo constante e até distúrbios psicossomáticos. O cérebro humano precisa de pausas — e essas pausas não são apenas o descanso físico, mas também o descanso emocional que vem do não fazer produtivo, do fazer pelo simples prazer de ser.
Ainda assim, para muitas mulheres, o tempo livre virou algo inalcançável. Entre trabalho, casa, filhos, familiares dependentes e mil demandas invisíveis, não sobra espaço. E o pouco que resta, muitas vezes, é tomado pela culpa. É como se buscar prazer fosse um pecado, um luxo que não se pode ter.

Essa dinâmica tem um custo altíssimo. Porque ao abrir mão do que é leve, do que nutre a alma, do que não tem função a não ser fazer bem, abrimos também espaço para o adoecimento silencioso. O esgotamento feminino tem sido naturalizado — como se fosse apenas “parte da vida adulta” — quando, na verdade, é sinal de um desequilíbrio estrutural que vem se agravando.
Retomar hobbies é um ato de autocuidado. É mais do que se distrair: é lembrar que se é um ser humano antes de ser produtiva. Pintar, caminhar, dançar, escrever, cuidar de plantas, ouvir música sem propósito — são atos simples, mas profundamente restauradores. São lembretes de que a vida pode (e deve) conter prazer. De que a mulher tem o direito de existir fora das funções de cuidar e resolver.

É preciso romper com a ideia de que dar conta de tudo é sinal de força. Às vezes, a verdadeira força está em parar. Em desligar. Em voltar-se para dentro. Em dizer não. E em dizer sim para si mesma.
Hobbies não são futilidades — são ferramentas de sobrevivência emocional. E escolher cuidar da própria saúde mental é um ato político, corajoso e profundamente necessário. Em um mundo que exige tanto, cultivar pequenos momentos de prazer é uma maneira de lembrar quem se é. E de continuar sendo, com saúde, inteireza e verdade.
May Martins é terapeuta, estudiosa do comportamento humano há quase uma década, com a missão de conscientizar sobre inteligência emocional entre o público feminino, com abordagens profundas e olhar integrativo ao ser mulher na sociedade contemporânea. Se deseja saber mais sobre imersões e cursos, acesse o Instagram @maymartin.s ou entre em contato: (11) 97889-5827
Esse post tem 0 comentários